projeto
tf/tk
Traduzindo Ferro/Transformando conhecimentos em Arquitetura, Projeto e trabalho para um novo campo de Estudos da Produção foi um projeto em colaboração Brasil/UK financiado pelo AHRC (UK) e pela FAPESP com o objetivo de definir e consolidar um novo campo de Estudos de Produção, estruturado e informado pela obra do arquiteto e teórico brasileiro Sérgio Ferro.
Conduzido por um time anglo-brasileiro de 2 Investigadores Principais, 4 Co-Investigadores, 2 pesquisadores de Pós-doutorado, 2 bolsistas de Treinamento Técnico e 25 Pesquisadores Afiliados, o TF/TK foi um projeto de 4 anos de duração, que se contrapõe a atual crise global da construção civil, reunindo arquitetura, história e teoria, trabalhadores formais e informais da produção do ambiente construído, organizações parceiras e escolas, da economia política, história da arte e antropologia para reunir, estruturar e aplicar o campo transcultural e interdisciplinar dos Estudos de Produção. O TF/TK teve início em outubro de 2020, com os seguintes objetivos centrais:
Reunir e estruturar recursos e métodos para Estudos de Produção (PS) que promovam a compreensão crítica das relações entre projeto e construção e identifiquem alternativas nas quais os processos formais e informais de construção possam tornar-se catalisadores para a mudança social. [Site e repositório TF / TK]
Fornecer traduções para o inglês e respostas críticas multidisciplinares ao trabalho de Sérgio Ferro que testem o potencial de seus métodos e teorias como um referencial para os Estudos da Produção. [publicações e grupos de leitura]
Envolvimento acadêmico em arquitetura e disciplinas relacionadas, e produtores do ambiente construído no teste e coprodução de estudos exemplares para pesquisas futuras em Estudos da Produção. [estudos de caso em PS]
Engajamento de uma ampla gama de públicos, transformando a consciência das condições em que o ambiente construído é produzido por meio de palestras, exibições e workshops, e apoiando os produtores de base existentes por meio do fortalecimento de redes e recursos de livre acesso. [programa de eventos]
O primeiro ano do projeto foi dedicado à tradução de obras selecionadas de Sérgio Ferro, para publicação e debates mensais em grupos de leitura em inglês e português, envolvendo um campo internacional de atores, ativistas e acadêmicos. Organizamos palestras com membros do Conselho do TF/TK (Advisory Board) – Linda Clarke (UK), Carlos Martins (BR) e Peggy Deamer (US) – e demos início ao trabalho junto ao grupo composto por 25 pesquisadores afiliados. Nosso website, dedicado aos Estudos da Produção, contém 5 acervos, todos eles ainda em desenvolvimento:
- Sérgio Ferro, dedicado à produção do arquiteto, pintor e teórico;
- Pesquisa TF/TK, voltado para a produção do projeto TF/TK;
- Estudos da Produção, um repositório dos estudos do novo campo de pesquisa;
- Processos de Produção, é dedicado à produção da arquitetura nos seus variados processos no canteiro de obras;
- Pedagogia de Produção, acervo dedicado às experiências pedagógicas de produção da arquitetura.
TF/TK
PROJECT
Translating Ferro / Transforming Knowledges of Architecture, Design and Labour for the New Field of Production Studies is a joint Brazil/UK project funded by the AHRC and FAPESP with the aim of defining and consolidating a new field of Production Studies, structured and informed by the work of Brazilian architect and theorist Sérgio Ferro.
Led by an Anglo-Brazilian team consisting of 2 Principal Investigators, 4 Co-Investigators, 2 Postdoctoral Researchers, 2 Technical Training Fellows, and 25 Affiliated Researchers, the TF/TK was a four-year project that addressed the current global crisis in construction. It brought together architecture, history and theory, formal and informal workers in the production of the built environment, partner organizations, and schools from political economy, art history, and anthropology to assemble, structure, and apply the transcultural and interdisciplinary field of Production Studies. TF/TK began in October 2020, with the following main objectives:
Gather and structure resources and methods for Production Studies (PS) that promote a critical understanding of the relationship between design and construction, and identify alternatives in which formal and informal construction processes can become catalysts for social change. [TF/TK website and repository]
Provide English translations and multidisciplinary critical responses to the work of Sérgio Ferro, testing the potential of his methods and theories as a framework for Production Studies. [publications and reading groups]
Academic engagement in architecture and related disciplines, and with producers of the built environment to test and co-produce exemplary studies for future research in Production Studies. [case studies in PS]
Engage a wide range of audiences, transforming awareness of the conditions in which the built environment is produced through lectures, exhibitions, and workshops, and supporting existing grassroots producers by strengthening networks and free-access resources. [events program]
The first year of the project was dedicated to translating selected works of Sérgio Ferro for publication and holding monthly reading group discussions in both English and Portuguese, engaging an international field of actors, activists, and academics. We organized lectures with members of the TF/TK Advisory Board—Linda Clarke (UK), Carlos Martins (BR), and Peggy Deamer (US)—and began working with a group of 25 affiliated researchers. Our website, dedicated to Production Studies, contains 5 archives, all of which are still under development:
- Sérgio Ferro, dedicated to the works of the architect, painter, and theorist;
- TF/TK Research, focused on the production of the TF/TK project;
- Production Studies, a repository for studies in this new field of research;
- Production Processes, dedicated to the various architectural production processes on construction sites;
- Production Pedagogy, an archive dedicated to pedagogical experiences in architectural production.
sérgio ferro
Desde a década de 1960, o arquiteto, pintor e teórico brasileiro Sérgio Ferro vem desenvolvendo a investigação mais robusta sobre desenho, trabalho e canteiro de obras, mas seu trabalho permanece pouco conhecido fora dos contextos brasileiro e francês onde foi desenvolvido. Como muitos artistas e arquitetos de destaque, incluindo João Vilanova Artigas e Oscar Niemeyer, Ferro ingressou no Partido Comunista Brasileiro em 1959. Mas foi quando teve a oportunidade de projetar e construir em Brasília que foi exposto à violenta realidade do canteiro de obras, em contradição direta com os ideais humanistas e emancipatórios da Arquitetura Moderna. Ferro começou a buscar uma resposta na teoria marxista para as condições do modo de produção da arquitetura.
Ainda durante seus estudos na FAUUSP, Ferro, Rodrigo Lefèvre e Flávio Império começaram a trabalhar juntos (o que ficou conhecido mais tarde como o grupo Arquitetura Nova), dando início a um intenso período de atividade criativa de pintura, teatro, estudos teóricos e arquitetura. Juntos, eles iriam produzir uma série notável de casas e edifícios marcados em particular pelo uso de materiais rudimentares e a abóbada catenária. A produção dos três arquitetos foi homenageadacom uma edição inteira da revista de arquitetura Acrópole em 1965. Em 2019, o trabalho de Ferro com Arquitetura Nova foi a peça central da Bienal de Arquitetura de Orléans, França. O grupo é tema de uma edição especial de dupla linguagem da arquitetura brasileira jornal arq.urb (2020), que inclui artigos de muitos membros da equipe TF/TK.
Em 1967, durante a ditadura militar, Ferro deixou o Partido Comunista e ingressou em grupos de resistência armada. Publicou seus primeiros textos analisando a produção da habitação popular e da arquitetura brasileira contemporânea antes de ser preso e demitido da Universidade de São Paulo. No ano seguinte, Ferro exilou-se na França, onde lecionou na Escola de Arquitetura de Grenoble até sua aposentadoria em 2000 e na qual contribuiu para a fundação do laboratório de pesquisa e ensino Dessin/Chantier. Nessa época e à distância do Brasil, publicou a primeira versão de seu mais importante texto arquitetônico “O Canteiro e o Desenho”, posteriormente publicado em francês como “Dessin/Chantier” (2005). A ampla obra publicada de Sérgio inclui, por exemplo, discussões sobre as consequências para a construção e trabalho das intenções dos projetos escultóricos de La Tourette, do arquiteto Le Corbusier, os significados do trabalho na escultura e arquitetura de Michelangelo, o surgimento e os usos do desenho clássico na extração de mais-valia do trabalho de construção. Em 2006, Arquitetura e Trabalho Livre, uma coleção de ensaios da Ferro editada por Pedro Arantes (co investigador do TF/TK) foi publicada no Brasil com grande aclamação, influenciando historiadores, teóricos e ativistas que trabalham com movimentos populares, seguido por duas outras obras publicadas “Artes Plásticas e Trabalho Livre” (2015) e “Construção do desenho clássico” (2021), o segundo editado por Silke Kapp, também co-investigadora do TF/TK.
Os trabalhos de Sérgio Ferro demonstram que desde que o desenho foi separado do canteiro de obras, ele foi cúmplice da expropriação da força de trabalho no canteiro de obras, funcionando como mero prestador de serviços no processo de produção capitalista de valor. E, inversamente, Ferro aponta para a reinvenção de um modo de “desenho imerso no retorno da autonomia produtiva” que seria “o oposto contraditório da indignidade de escravizar o desenho a serviço do capital.” Liderado por Silke Kapp, com a colaboração da pesquisadora de pós doutorado Marianna Moura e das tradutoras Ellen Heyward e Ana Naomi da Sousa, o TF/TK vem editando e traduzindo 3 volumes da obra de Sérgio Ferro para o inglês:
- Arquitetura vista de baixo: um leitor que mostra toda a amplitude metodológica, teórica e histórica da obra de Ferro
- Dessin / Chantier – Edição Crítica: será a primeira tradução para o inglês do texto seminal de Ferro, publicado pela primeira vez em português (1976, 1979), depois em francês (2005) e em Arquitetura e Trabalho Livre (2006). A publicação é financiada pela Universidade de Grenoble.
- A construção do Desenho Clássico – Livro publicada em português em 2021
Nosso objetivo ao traduzir o trabalho de Ferro, é primeiro fornecer uma base crítica, teórica e metodológica comum para os Estudos de Produção, e direcioná-la para a ação social e torná-la finalmente disponível para o mundo anglófono.
Ao longo de 2021 e 2022 alguns textos foram traduzidos e debatidos em grupos mensais de leitura em português e inglês, envolvendo um corpo crescente de profissionais, ativistas e acadêmicos internacionais. Tais textos estão disponíveis no Acervo Sérgio Ferro.
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Since the 1960s, Brazilian architect, painter, and theorist Sérgio Ferro has been developing the most robust investigation into design, labor, and construction sites, yet his work remains relatively unknown outside the Brazilian and French contexts where it was developed. Like many prominent artists and architects, including João Vilanova Artigas and Oscar Niemeyer, Ferro joined the Brazilian Communist Party in 1959. However, it was when he had the opportunity to design and build in Brasília that he was confronted with the violent reality of the construction site, in direct contradiction to the humanist and emancipatory ideals of Modern Architecture. Ferro began seeking answers in Marxist theory to address the conditions of the mode of production in architecture.
While still studying at FAUUSP, Ferro, Rodrigo Lefèvre, and Flávio Império began collaborating (later known as the Arquitetura Nova group), initiating an intense period of creative activity in painting, theater, theoretical studies, and architecture. Together, they would produce a remarkable series of houses and buildings, particularly marked by the use of rudimentary materials and catenary vaults. The trio’s work was honored with an entire edition of the architectural magazine Acrópole in 1965. In 2019, Ferro’s work with Arquitetura Nova was the centerpiece of the Orléans Architecture Biennale in France. The group was also the subject of a special bilingual edition of the Brazilian architectural journal arq.urb (2020), which includes articles from many members of the TF/TK team.
In 1967, during the military dictatorship, Ferro left the Communist Party and joined armed resistance groups. He published his first texts analyzing the production of popular housing and contemporary Brazilian architecture before being arrested and dismissed from the University of São Paulo. The following year, Ferro went into exile in France, where he taught at the School of Architecture in Grenoble until his retirement in 2000, during which time he helped found the Dessin/Chantier research and teaching laboratory. It was during this period, far from Brazil, that he published the first version of his most important architectural text, O Canteiro e o Desenho, later published in French as Dessin/Chantier (2005). Sérgio’s extensive published work includes discussions on, for example, the consequences for construction and labor of the sculptural designs of Le Corbusier’s La Tourette, the meanings of labor in Michelangelo’s sculpture and architecture, and the emergence and uses of classical drawing in extracting surplus value from construction labor. In 2006, Arquitetura e Trabalho Livre, a collection of Ferro’s essays edited by Pedro Arantes (TF/TK co-investigator), was published in Brazil to great acclaim, influencing historians, theorists, and activists working with popular movements. This was followed by two other published works: Artes Plásticas e Trabalho Livre (2015) and Construção do Desenho Clássico (2021), the latter edited by Silke Kapp, also a TF/TK co-investigator.
Sérgio Ferro’s works demonstrate that since the separation of drawing from the construction site, it has been complicit in the expropriation of labor on the site, serving merely as a service provider in the capitalist production of value. Conversely, Ferro points toward the reinvention of a mode of “drawing immersed in the return of productive autonomy,” which would be “the contradictory opposite of the indignity of enslaving drawing in the service of capital.” Led by Silke Kapp, with the collaboration of postdoctoral researcher Marianna Moura and translators Ellen Heyward and Ana Naomi de Sousa, TF/TK has been editing and translating three volumes of Sérgio Ferro’s work into English:
- Architecture Seen From Below: a Reader which showcases the full methodological, theoretical and historical breadth of Ferro’s work.
- Dessin / Chantier – Critical Edition will be the first English translation of Ferro’s seminal text, first published in Portuguese (1976, 1979), then in French (2005), and in Arquitetura e Trabalho Livre (2006). The publication is funded by the University of Grenoble.
- The Construction of Classical Design – Ferro’s most recent monograph first published in Portuguese in 2021 as Construção do desenho clássico.
Our goal in translating Ferro’s work is, first, to provide a common critical, theoretical, and methodological foundation for Production Studies, directing it toward social action and ultimately making it available to the English-speaking world.
Throughout 2021 and 2022, several texts were translated and debated in monthly reading groups in both Portuguese and English, involving a growing body of international professionals, activists, and academics. These texts are available in the Sérgio Ferro Archive.
Estudos de Produção
Diante do contexto contemporâneo de relações desconectadas de produção, esgotamento de recursos e condições de construção cada vez piores em todo o mundo, o TF/TK olha para o trabalho de Sérgio Ferro em busca de avanços no entendimento crítico das relações entre projeto arquitetônico, produção e trabalho na construção. Em consonância com Ferro, o projeto resiste à elevação social e técnica dos arquitetos sobre os construtores, e propõe a geração de novos conhecimentos em Estudos de Produção através da colaboração entre produtores de edifícios formais e informais, profissionais de design, professores e acadêmicos. Nosso objetivo ao propor o campo urgentemente necessário dos Estudos de Produção é fomentar a análise crítica interdisciplinar destas relações, ao mesmo tempo em que avança no desenvolvimento de alternativas responsáveis e justas.
Além de investigar a produção do ambiente construído e as histórias e teorias de suas relações, procuramos identificar alternativas existentes e possíveis novas formas de produção nas quais os processos de construção – em si mesmos e não apenas seus produtos – possam se tornar catalisadores para a mudança social. Ao integrar os projetos intelectuais e empíricos a um programa ativo para geração de autonomia, igualdade, justiça, criatividade e prazer, buscamos promover estes valores a aspectos fundamentais da produção social e material do espaço.
Como forma de efetivamente gerar mudanças, buscamos transformar o conhecimento do projeto e da produção de edifícios através de uma série de atividades realizadas com acadêmicos na área de Estudos de Produção, pesquisadores e produtores do ambiente construído, além do público em geral, incluindo:
- Um programa anual de simpósios e intercâmbios de Estudos de Produção no Reino Unido (Newcastle, Londres) e no estado de São Paulo (São Paulo; São Carlos).
- A co-produção de 24 novos estudos de casos – que têm como objetivo tanto abordar a lacuna no conhecimento acadêmico da produção (historias de produção informal e formal, abordagens disciplinares relacionadas, tais como antropologia e ciência política), quanto fornecer recursos para novas ações e mudanças (documentando o trabalho dos movimentos sociais e autoconstrutores e registrando e experimentando formas alternativas de pedagogia do design que se envolvem com a produção).
- Publicação e outras produções, incluindo: livretos, website, antologias, áudio-play, e exposições.
Production Studies
Against the contemporary context of disconnected relations of production, depletion of resources, ever-worsening conditions of construction across the globe, TF/TK looks to Ferro’s work to advance the critical understanding of relations between architectural design and the production and labour of building. Following Ferro, the project resists the social and technical elevation of architects over builders, by generating new knowledge in Production Studies through co-production with formal and informal building producers, design practitioners, teachers and academics. Our aim in proposing the urgently needed field of Production Studies is to foster interdisciplinary critical analysis of these relations, while at the same time advancing the development of responsible and just alternatives.
In addition to investigating the production of the built environment and the histories and theories of their relations, we seek to identify existing alternatives and possible new forms of production, in which building processes – in themselves and not just their products – can become catalysts for social change. By integrating the intellectual and empirical projects with an active program to engender autonomy, equality, justice, creativity and joy in the social and material production of space, we seek to advance these values as fundamental aspects of social and material production of space.
As a means to effect change, the project will transform knowledge of design and building production through a series of activities held with academics in the field of Production Studies, researchers and producers of the built environment, and with wider publics including:
- an annual programme of Production Studies symposia and exchanges in the UK (Newcastle, London) and in São Paulo state (São Paulo; São Carlos).
- the co-production of 24 new case studies – that are aimed as exemplars to both address the gap in academic knowledge of production (histories of informal and formal production, related disciplinary approaches such as anthropology, political science) and to provide resources for further action and change (documenting the work of social movements and self-builders, recording and trialling alternative forms of design pedagogy that engage with production).
- publishing and other outputs, including booklets; anthology; website; audio play; exhibitions.
Por que traduzir Ferro?
Ferro mobiliza a crítica da economia política para discutir a arquitetura (como produção material e não apenas produção intelectual). Isso abre novas perspectivas e questões sobre temas diversos, mas sempre relacionados entre si.
- História da arte e da arquitetura
- Economia política do projeto
- Organizações profissionais
- Educação e pedagogias
- Perspectivas e movimentos sociais
O vetor que atravessa e articula esses temas é o trabalho humano.
história da arquitetura e da arte
- Como uma obra de arte ou arquitetura se situa dentro das relações de produção da época e lugar?
- Que mediações e hierarquias sua produção implicou ou criou?
- E onde se situam, dentro das relações de produção, as obras não reconhecidas como arte ou arquitetura?
- Como as mudanças estilísticas se relacionam com lutas (de classe) nos canteiros?
- Por que os cânones clássicos se difundiram pelo mundo moderno colonial?
- Como a difusão de territórios (Estados) soberanos contribui para isso?
- Como as fronteiras entre estética e técnica se desenvolveram?
- O que os mercados de arte tem com isso?
- Como o desenvolvimento tecnológico em diferentes contextos e formações sociais definiu os papéis dos arquitetos?
organizações profissionais
- Por que organizações profissionais de arquitetos se associam antes aos engenheiros do que aos artífices?
- Como as atribuições profissionais (legais) de cada contexto espelham suas condições de produção?
- Relações capitalistas no canteiro de obras levam a relações capitalistas do lado do ‘desenho’, nos escritórios?
educação e pedagogias
- Até que ponto o conhecimento prático de construção faz parte da formação dos arquitetos em cada contexto? Por quê?
- Como seria uma formação não alienada do canteiro?
- Se “cada canteiro livre é uma universidade”, como as universidades podem se tornar canteiros livres?
- Como isso modificaria a ‘frente do ensino’ na formação dos arquitetos e em outros campos?
movimentos e perspectivas
- Como a produção coletiva de espaço ou sua perspectiva pode dar origem a comunidades politicamente fortes?
- Que tipo de comunidade se forma entre trabalhadores nos canteiros de obras em diferentes circunstâncias?
- E como a proliferação de trabalhadores migrantes as afeta?
- Que orientações políticas, ativismos e movimentos sociais assumem?
- Que perspectivas emancipatórias eles almejam? Que relações de produção eles ensaiam?
- A experiência de trabalho (relativamente) livre leva a vislumbres de uma sociedade livre?
- O giro decolonial abre possibilidades para outras relações de produção e outras estéticas?
Economia política do projeto
- Se construção é manufatura (fábrica sem maquinário), como o projeto se relaciona com o trabalho na obra?
- Por que o projeto chegou dos modelos aos desenhos e então a cálculos, especificações, detalhes etc.?
- Por que o projeto é feito para a obra, mas nunca realmente dá conta da obra?
- Como as relações de produção que caracterizam canteiros de obras são reproduzidas ou modificadas em outras atividades produtivas?
- Qual é o papel das políticas econômicas na manutenção dessas relações?
- Quais são as cadeias internacionais de mercadorias e valores por trás dos canteiros de obras e como são regidas?
- Como inovações materiais têm sido implementadas para reafirmar o controle sobre o trabalho, e como ele responde?
Why translate Ferro?
Ferro mobilises the critique of political economy to discuss architecture (as material production and not merely intellectual production). This opens up new perspectives and questions on several but always intertwined topics, such as:
- architecture and art history
- political economy of design
- professional organisations
- education and pedagogies
- social movements and prospects
The vector crossing and articulating these topics is human labour (work).
architecture and art history
- How does a work of art or architecture stand within the production relations of its time and place?
- Which mediations and hierarchies has the work’s production implied or created?
- And where, within production relations, do works not recognised as art or architecture, stand?
- How do stylistic changes relate to (class) struggles at building sites?
- Why have classical design canons spread over the modern colonial world?
- How did the spread of sovereign territorial states contribute to these?
- How have the boundaries between aesthetics and technique developed?
- How are these shaped by art markets?
- How has technical development in different contexts and social formations defined architects’ roles?
professional organisations
- Why are architects’ professional organisations associated with engineers rather than with craftspeople?
- How do (legal) professional responsibi- lities of each context mirror their conditions of production?
- Do capitalist relations at the building site lead to capitalist relations at the ‘drawing site’?
education and pedagogies
- To what extent is practical knowledge about building part of the education of architects in each context? Why?
- How would education not alienated from the building site appear?
- If ‘every free building site is a university’, then how can universities be made into free building sites?
- How would this re-shape the “teaching site”, for training architects as well as in other fields?
movements and prospects
- How can collective production of space or its prospect give rise to politically strong communities?
- What kinds of communities emerge among workers on building sites under different circumstances?
- And how does the proliferation of migrant labour affect them?
- What political orientations do social activism and movements take?
- What emancipatory prospects do they seek? What production relations do they rehearse?
- Does the experience of (relatively) free work lead to glimpses of a free society?
- Does a decolonial turn open up possibilities for other production relations and other aesthetics?
political economy of design
- If a building is manufactured (factory without machinery), how does design relate to the work on site?
- Why did design evolve from modelling to drawing and then to calculations, specifications, detailing etc.?
- Why is design done for construction, but never really fits construction?
- How are the production relations that characterise building sites reproduced or modified in other productive activities?
- What role do economic policies play in maintaining these relations?
- What are the international commodity and value chains behind construction sites, and how are these governed?
- How have material innovations been deployed to reassert control over labour, and how does labour respond?
Investigadores Principais
PRINCIPAL INVESTIGATORS

Katie Lloyd Thomas
(United Kingdom / Reino Unido)
Newcastle University, Newcastle upon Tyne

João Marcos de Almeida Lopes
(Brazil / Brasil)
Instituto de Arquitetura e Urbanismo de São Carlos – Universidade de São Paulo (IAU USP)
Co-Investigadores
Co-Investigators

Silke Kapp
Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Pedro Fiori Arantes
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

Matt Davies
Newcastle University, Newcastle upon Tyne

José Tavares de Lira
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP)
Tradutoras
Translators

Ellen Heyward
Gestora de arte independente, curadora, tradutora e intérprete
Independent art manager, curator, translator and interpreter

Ana Naomi de Sousa
Documentarista independente, jornalista-escritora e tradutora
Independent documentary filmmaker, journalist-writer and translator
Pesquisadores de Pós-Doutorado
Postdoctoral Researchers

Will Thomson
Newcastle University, Newcastle upon Tyne

Mari Moura
Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Trabalhos Técnicos
Technical Production

Giovana Martino
Instituto de Arquitetura e Urbanismo de São Carlos – Universidade de São Paulo (IAU USP)

Lara Melotti Tonsig
Instituto de Arquitetura e Urbanismo de São Carlos – Universidade de São Paulo (IAU USP)

João Fiammenghi
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – Universidade de São Paulo (FAU USP)

Raíssa de Oliveira
Instituto de Arquitetura e Urbanismo de São Carlos – Universidade de São Paulo (IAU USP)

Ana Carolina Buim
Universidade São Judas Tadeu. São Paulo – SP (USJT)
Pesquisadores Afiliados
AFFILIATED RESEARCHERS
Alex Warnock-Smith
Central Saint Martins
Alexander Wood
New-York Historical Society Museum & Library
Christine Wall
University of Westminster
Danielle Child
Manchester Metropolitan University
Hugh Strange
Hugh Strange Architects / AHO, Oslo
Jane Hall
Assemble
Julia Heslop
Dwellbeing (Newcastle University)
Liam Ross
University of Edinburgh
Megha Chand Inglis
The Bartlett School of Architecture – UCL
Miriam Delaney
TU Dublin
Nick Beech
University of Westminster
Tijana Stevanovič
KTH, Stockholm
Tilo Amhoff
University of Brighton
Ana Paula Koury
Universidade Mackenzie / São Paulo – SP
Ana Carolina Buim
Universidade São Judas Tadeu / São Paulo – SP
Caio Santo Amore
Peabiru / São Paulo – SP
Carina Guedes
Arquitetura na Periferia / Belo Horizonte – MG
Cecília Lenzi
IAU-USP / São Carlos – SP
Felipe Contier
Universidade Mackenzie / São Paulo – SP
Flavio Higuchi
Usina CTAH / São Paulo – SP
Ícaro Vilaça
Universidade Federal da Bahia – Salvador – BA
João Fiammenghi
FAU-USP / São Paulo – SP
José Thiesen
Universidade Federal de Goiás / Goiás – GO
Kaya Lazarini
Usina CTAH / São Paulo – SP
Lara Melotti
IAU-USP / São Carlos – SP
Mariana Borel
Arquitetura na Periferia / Belo Horizonte – MG
Raíssa de Oliveira
IAU-USP / São Carlos – SP
Sergio Ekerman
Universidade Federal da Bahia / Salvador – BA
Thiago Ferreira
IAU-USP / São Carlos – SP
Conselho Consultivo
ADVISORY BOARD

Linda Clarke
Professora de Relações Industriais Europeias na Universidade de Westminster e dirige o Centro de Estudos da Produção do Ambiente Construído
Professor of European Industrial Relations, University of Westminster and runs the Centre for the Study of the Production of the Built Environment

Peggy Deamer
Professora Emérita de Arquitetura na Universidade de Yale e fundadora do Architecture Lobby, que defende o valor do design e do trabalho arquitetônico
Professor Emerita of Architecture at Yale University and founder of the Architecture Lobby, campaigning for the value of architectural design and labour

Ana Maria Fernandes
Professora na UF Bahia. Ela presidiu a organização de pesquisa em planejamento urbano ANPUR (2005-07) e coordena o programa diverCIDADE (CAPES/FIPSE)
Professor at UF Bahia. She chaired the ANPUR urban planning research organization (2005-07) and coordinates the diverCIDADE program (CAPES/FIPSE)

Carlos Ferreira Martins
Professor Titular, fundador e primeiro diretor do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) na USP São Carlos e ex-presidente da ANPARQ – Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo
Full Professor, founder and first director of the Institute of Architecture and Urbanism (IAU) at USP, São Carlos and former president of ANPARQ – National Association of Research and Graduate Studies in Architecture and Urbanism

Peter Osborne
Professor de Filosofia Europeia Moderna, Diretor do CRMEP na Kingston University e fundador do coletivo editorial Radical Philosophy
Professor of Modern European Philosophy, Director of the CRMEP at Kingston University, and founder of Radical Philosophy editorial collective

Evaniza Rodrigues
Líder da União dos Movimentos de Moradia (UMM), atuou como consultor para ministérios do governo no Brasil. É graduado em Serviço Social e é doutorando em Arquitetura e Urbanismo
Leader of the Union of Housing Movements – UMM, acted as a consultant to government ministries in Brazil. Holds a degree in Social Work and is a PhD student in Architecture and Urbanism

Jeremy Till
Pró-Reitor da University of Arts, London. Investigador Principal no projeto financiado pelo HERA, Scarcity in the Built Environment, e no projeto financiado pelo AHRC, Spatial Agency
Pro-Vice Chancellor of the University of Arts, London. PI on HERA funded project Scarcity in the Built Environment and AHRC funded Spatial Agency
colaboradores
collaborators
site
Aisla Hitomi Natubara Gueshide
IAU-USP / São Carlos – SP
Ana Carolina Buim
Universidade São Judas Tadeu / São Paulo – SP
Giovana Martino
IAU-USP / São Carlos – SP
João Fiammenghi
FAU-USP / São Paulo – SP
Lara Melotti
IAU-USP / São Carlos – SP
Pedro Fiori Arantes
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
Raíssa de Oliveira
IAU-USP / São Carlos – SP
Programação Site
Ana Carolina Buim
(2024—)
Ariane Sousa Campos Corniani
(2020-22)
acervo físico sérgio ferro
Raíssa de Oliveira
Coordenadora
Aisla Hitomi Natubara Gueshide
Estagiária
Uva Costriuba
Estagiária
Elisabete Marin Ribas
Apoio Técnico (IEB-USP / São Paulo – SP)
agradecimentos e apoios
Biblioteca da Prefeitura do Campus USP São Carlos – Área 02:
Ana Paula Aparecida Calabrez Araújo
Marilza Aparecida Rodrigues Tognetti
Biblioteca do IAU- USP:
Brianda de Oliveira O. Sigolo
Cleversi Aparecida Malaman
STI IAU-USP:
Evandro C. Bueno
Materiais complementares (Acervo Sérgio Ferro):
Felipe Contier
Ana Paula Koury
contribuidores



