O debate sobre arquitetura costuma deter-se em objetos acabados ou em processos de invenção projetual tidos como puramente intelectuais ou estéticos, autônomos da práxis social e das injunções produtivas. Não é fácil romper com essa tendência, sobretudo no meio disciplinar e profissional do arquiteto; a despeito de a arquitetura ser uma arte social por excelência, coletivamente produzida e apropriada e sempre marcada pelos limites colocados pelo modo dominante de produção.
Este simpósio integra o projeto “Traduzindo Ferro/ Transformando Conhecimentos em Arquitetura, Projeto e Trabalho para um novo campo de Estudos da Produção” (TF/TK), que nasceu de uma parceria internacional entre a Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo/ FAPESP e a School of Architecture and Planning da Universidade de Newcastle/ Arts and Humanities Research Council do Reino Unido, voltado para a tradução e edição em inglês da obra escrita de Sérgio Ferro. Dialoga, enquanto tal, com o propósito geral de contribuir para a consolidação de uma outra abordagem da arquitetura, que, grosso modo, centra-se na “produção” histórico-social das coisas edificadas e não mais nos edifícios em si; em suas forças materiais e humanas, mais do que em seu arcabouço projetual ou formal; nas contradições entre forma e materialidade, entre produto e processo produtivo e não mais em suas supostas sínteses reconciliadoras, cristalizadas nas obras.
Nessa perspectiva, os conceitos de Trabalho, Divisão Social, História, Tecnologia, Material, Canteiro de Obras entre outras, estão na base de uma ampla revisão crítica da disciplina arquitetônica, da educação dos arquitetos, das práticas construtivas e das relações de produção no campo. Pretende-se enquanto tal que o projeto possa fertilizar o solo para práticas de conhecimento e ação engajadas na transformação social, por meio de alternativas mais justas e responsáveis em face do agravamento das condições de trabalho e da exploração violenta das forças produtivas em todo o planeta.
O projeto TF/TK reúne um amplo conjunto de professores e pesquisadores, ligados a diversas universidades do mundo e a organizações parceiras de setores de construção formais e informais (com Usina, Arquitetura na Periferia, Peabiru, a UMM, o Centro Gaspar Garcia, o RIBA, o Centro de Construção, a William Morris Gallery), que entre outras coisas convergem na resistência que impõem à separação entre teoria e prática, e entre projeto e construção, com vistas a aproximar a pesquisa sobre produção da produção concreta do ambiente construído.
O Simpósio no Centro Universitário Maria Antonia da USP reunirá presencialmente esses esforços de recuperação dos “estudos de produção” em sua potência ao mesmo tempo intelectual e prática, isto é, naquilo que podem contribuir tanto para o aprofundamento da pesquisa em arquitetura por prismas derivados da teoria do valor, como para a sua dimensão prática, ética e política, isto é, como ingrediente de transformação da divisão técnica e social do trabalho.
Entre o final de 2021 e o primeiro semestre de 2022, foram realizados colóquios presenciais e oficinas remotas visando ao refinamento de nossas ferramentas e perspectivas comuns no campo. Trata-se agora de testar coletivamente algumas de nossas direções e resultados através de um conjunto de estudos de caso que propõem alimentar a consolidação de uma bibliografia organizada em estudos de produção da arquitetura, da arte e da cidade. Preenchendo lacunas no conhecimento acadêmico acerca da produção formal e informal do ambiente construído; alimentando abordagens das obras ancoradas nas ciências sociais, na antropologia, na economia política ou na história social e cultural; documentando experimentos históricos, políticas públicas ou o trabalho de movimentos sociais, produtores diretos, assessores técnicos, intelectuais orgânicos ou alternativas de ensino e projeto envolvendo a produção; tais estudos pretendem consolidar em definitivo esse campo de pesquisa e ação, atualizando as suas coordenadas teóricas e objetos empíricos, bem como seus rebatimentos concretos na produção do ambiente construído. Ao longo de 2024, ao lado de três volumes de obras de Ferro em inglês, será lançada uma coletânea de textos e uma nova série de livretos, cujas primeiras versões, traduzidas em temas transversais, são o assunto deste simpósio.
PALESTRA SF - TÍTULO DA PALESTRA
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